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Para caminhar nas estradas da espiritualidade é preciso ter uma estrela guia. Uma mão condutora, terna, amorosa, porém firme. Sem esses Mestres e Guias condutores é impossível prosseguir em uma jornada segura, próspera e luminosa. Impossível também caminhar sem o auxílio das mãos amigas dos elementais, co-criadores da vida e da magia.
Deixo neste primeiro momento minha gratidão ao Povo Cigano que me adotou na espiritualidade e aos queridos amigos que tenho encontrado nesses caminhos, assim como aos quatro elementos que me inspiram e me iluminam a intuição e a visão além daquilo que posso ver em minha limitada capacidade.
Deixo aqui registrado meu amor e carinho às Mães Sara e Aparecida, guardiães deste Povo guerreiro e sofrido. Que Deus ilumine a todos os Ciganos encarnados e espirituais, pela difícil missão nestas eras de preconceito e intolerância. Que sua luz e alegria possa abrir as conscieências adormecidas. Assim eu peço ao Deus maior.
Desejo que todos aqueles que por aqui passarem recebam as vibrações de amor e alegria desta egrégora feita nas estrelas, SALVE O POVO CIGANO!

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" EM CIMA O CÉU,EMBAIXO A TERRA E,NO MEIO, OS CIGANOS."

domingo, 17 de fevereiro de 2013

LENDA DA CIGANA DO LEQUE


A LENDA DA CIGANA DO LEQUE
No final da Idade Média existia uma cigana chamada Zíngara que estava grávida do seu primeiro filho. Então quando ela deu à luz ficou muito feliz e reparou que o bebê tinha uma macha em forma de estrela nas costas e chamou o garoto de Jamón. Desta maneira todos na caravana ficaram felizes e fizeram uma festa, onde a nova mãe prometeu a sua amiga, Felícia, que o seu filho quando crescesse casaria com a ciganinha Corazón, filha desta colega. No meio do baile Zíngara entrou na sua tenda e dormiu, pois estava muito cansada. Pela manhã, quando acordou, a mulher notou que seu neném tinha desaparecido. Deste jeito os ciganos procuraram pela criança por toda parte naquela vila, mas nada acharam. Então voltaram a viajar pelo mundo. Dezoito anos se passaram e a cigana Corazón cresceu em beleza e com a esperança de ver o seu noivo Jamon, que havia desaparecido ainda bebê. Então caravana de ciganos instalou-se num reino, onde começaram suas apresentações circenses e de dança. Até que um dia o grupo recebeu um convite, da condessa Mariclair, para se apresentar no palácio. Quando Corazón entrou no palco ela olhou para o príncipe Felipe e apaixonou-se por ele. Após o show a jovem perguntou à condessa:
 
 Quem era aquele moço moreno de olhos verdes?
A nobre respondeu:
- Ele é o príncipe Felipe. Mas não se interesse por ele, pois o amor nunca nasce dentro deste castelo.
Corazón perguntou:
- Por que?
A condessa respondeu:
- Aqui há uma maldição que impede homens e mulheres de se comunicar. Reza a lenda que há muitos anos atrás existia uma rainha que era bruxa e, um certo dia, ela viu seu marido a traindo com uma empregada. Decepcionada, a mulher jogou-se da janela do palácio e disse que nunca mais um romance nasceria dentro deste castelo. Pois os olhares dos apaixonados nunca se cruzariam a não ser que eles arrumassem outra forma de se comunicar. Por coincidência, partir daquele dia nunca mais houve um romance dentro deste palácio.
Após ouvir esta história, a cigana falou:
- Tive uma idéia:
- Farei a simpatia dos leques.
- Cada cor e posição do abanico tem um significado diferente.
- Para isto precisarei da sua ajuda!
Então quando chegou a noite, que era de Lua cheia, as ciganas entraram de novo no castelo com a ajuda da condessa Mariclair. Todas as dançarinas estavam com vestidos coloridos e leques de cores diferentes. Deste jeito elas fizeram um círculo e começaram a bailar com as pontas dos pés. Corazón entrou no meio da roda com o abanico aberto e rezou:
- Cigana dos Leques, que aparece na Lua Cheia traga o romance de volta a este palácio.
Após este pedido, as ciganas desfizeram as roda e começaram a dançar com seus leques nas mãos fazendo as mais diferentes coreografias com seus abanicos.
A condessa Mariclair, estava encantada assistindo a tudo. Quando, de repente, Corazón chegou perto dela e comentou:
  Pronto!
- A Cigana dos Leques, que está no astral trará de volta a paixão para este palácio. Porém, para isto, ela precisa de uma ajuda sua.
A nobre indagou:
- Que ajuda é esta?
A cigana comentou:
- Ajude a divulgar a linguagem dos leques fazendo com que as damas da corte usem este instrumento na frente dos seus pretendentes para consquita-los, pois os rapazes entenderão o significado. Afinal por causa da magia da Cigana dos Leques o espírito do amor já entrou neste lugar. Cada cor e posição tem um significado diferente que explicarei para a senhora: esconder os olhos com o leque aberto significa te amo; andar com o abanico aberto na mão esquerda quer dizer que o amado pode se aproximar pois não existe o perigo; o leque aberto no colo é quando a dama quer marcar um encontro; apoiar o abanico no lado direito da face significa sim; apoiar o leque no lado esquerdo do rosto quer dizer não e andar na sala abrindo e fechando o abanico é um convite para um encontro escondido. Agora preste atenção nas cores: leque branco significa que a moça só quer amizade; vermelho quer dizer que a dama está apaixonada e deseja um encontro às escondidas; amarelo é quando a donzela sonha com beijo nos lábios e preto com estampa de flores significa que a mulher deseja um encontro noturno.


Condessa Mariclair falou:
- Perfeito!
- Contarei este segredo para todas as damas do castelo e, principalmente, para as alcoviteiras.
Corazón perguntou:
- Quem são as alcoviteiras?
A nobre explicou:
- São senhoras que marcam encontros, às escondidas, entre os apaixonados nas alcovas. Mas, ultimamente, com este clima nada romântico elas estão desempregadas. Porém, como a coisa mudará...
- Mais um detalhe: bem que você poderia montar uma coreografia com as posições e cores dos leques.
A cigana disse:
- Meu grupo já tem este tipo de coreografia com abanicos e gostaríamos de apresenta-lo daqui há quinze dias neste castelo.
A condessa exclamou:
- Fechado!
No dia seguinte um clima de romance pairou no palácio. As mulheres usavam os leques nas posições com os mais diferentes significados e assim conquistavam os seus amados.
Logo chegou o dia da apresentação da dança dos leques com as ciganas. Elas bailaram divinamente e o príncipe Felipe não parava de olhar para Corazón. No final da apresentação esta cigana foi até o pátio e o príncipe a seguiu. Assim os dois começaram a conversar e no meio do papo trocaram um beijo. Porém naquele instante, Pablo, o irmão de Corazón, viu a cena e partiu para cima do príncipe, rasgando a sua camisa que mostrou uma mancha em forma de estrela nas costas. Naquele instante surgiu Zíngara que exclamou:

  Vejam:
- O príncipe Felipe tem uma marca de nascença igual a do meu bebê seqüestrado!
A condessa Mariclair, que ouviu tudo, foi até o local e disse:
- Tenho uma revelação para fazer:
- Eu confesso:
- Felipe é, realmente, o neném cigano que foi roubado!
- Eu fiz o parto da rainha, que era muito braba na época, porém ela desmaiou na hora. Como o bebê nasceu morto, com o cordão umbilical no pescoço, fiquei com medo de que a rainha me achasse uma incompetente e mandasse me matar. Por isto, percebi que ela estava desacordada e fui até uma festa cigana na vila, onde aproveitei a distração das pessoas e roubei um recém-nascido que estava numa tenda.
Alguns dias após esta confissão Corazón e Felipe se casaram numa festa com a dança da coreografia dos leques.

Luciana do Rocio Mallon

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