Por Claudia Baibich
O trabalho da linha dos ciganos na Umbanda ficou muito associado à consultas oraculares e magias para prosperidade. E essa associação é relevante. Mas o trabalho de cura realizado por muitos ciganos não é devidamente estimulado por dirigentes.
O trabalho da linha dos ciganos na Umbanda ficou muito associado à consultas oraculares e magias para prosperidade. E essa associação é relevante. Mas o trabalho de cura realizado por muitos ciganos não é devidamente estimulado por dirigentes.
Esses espíritos são profundos conhecedores sobre o uso de ervas e cristais;
banhos de todos os tipos; o uso curativo das cores; imposição de mãos;
magnetizações; harmonização emocional; radiestesia; telepatia, hipnose; entre
outras técnicas terapêuticas alternativas, que fortalecem energeticamente o
indivíduo, ajudando e muito nos tratamentos médicos convencionais.
Ocorre que os médiuns das entidades ciganas devem estar preparados para
facilitar o trabalho da entidade. Isso quer dizer, devem estudar, aprimorando
seu conhecimento.
Se a entidade optou em trabalhar com oráculos (baralho cigano, tarot,
runas..) cabe ao médium estudar um pouco esses oráculos.
Se a entidade trabalha mais com magias, o médium deve aprender a conhecer
essa arte, para poder ser um médium magista mais preparado.
Se a entidade quer fazer trabalhos de cura, o médium deverá conhecer mais
sobre as terapias alternativas, fitoterapia, fluidoterapia, magnetismo,
etc.
A umbanda tem crescido grandemente nos últimos anos, com muitos jovens
interessando-se em desenvolver sua mediunidade, consulentes procurando uma
alternativa para os problemas que não têm conseguido resolver sozinhos,
assistentes animados que gostam da umbanda e vão levar o seu respeito às
entidades, etc. Há ainda um grupo de novos frequentadores: os curiosos que têm
ouvido ou lido a respeito da religião e resolveram ver como é que é mesmo.
Outro fenômeno é o da migração: médiuns kardecistas que migram para
umbanda; médiuns de cultos afro que querem cultuar os Orixás dentro dos
conceitos umbandistas; adeptos do paganismo, principalmente wiccanianos; e até
médiuns que não se enquadram em nenhuma religião, os ditos espiritualistas, que
dizem que não incorporam e nem psicografam, dizem que canalizam mensagens de
seus guias e mestres. Apenas para não parecer partidária demais, quero citar que
o fenômeno de migração se dá em mão dupla, ou seja, umbandistas também migram
para o budismo, hinduísmo, protestantismo, etc.
Vivemos numa época em que um médium praticante de qualquer doutrina ou
culto não pode mais "deixar tudo por conta da entidade". O trabalho é conjunto,
troca, dedicação e disciplina. Nós médiuns temos que aprimorar não apenas nossa
capacidade mediúnica, mas também nossa conduta moral e aprimoramento
intelectual. E temos que fazer isso com compromisso e principalmente com
amor.
Meu Pai de Santo sempre diz que nós, os médiuns é quem somos os mais
necessitados, e não os consulentes que vêm nos procurar. Isso resume o conceito
umbandista de caridade e doação.
Então vamos trabalhar com "nossos ciganos e ciganas" de modo mais completo.
Converse mentalmente com seu cigano ou cigana, pergunte sobre como ele/ela
deseja trabalhar e o que você deve fazer para a realização desse
trabalho.
Afinal o nomadismo desse povo possibilitou o contato, troca e assimilação
de conhecimentos em diferentes culturas em todo o mundo.
Ciganos são bem mais que oráculos, pulseiras, perfume, roupas coloridas,
leques, etc.
Claudia Baibich
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