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Para caminhar nas estradas da espiritualidade é preciso ter uma estrela guia. Uma mão condutora, terna, amorosa, porém firme. Sem esses Mestres e Guias condutores é impossível prosseguir em uma jornada segura, próspera e luminosa. Impossível também caminhar sem o auxílio das mãos amigas dos elementais, co-criadores da vida e da magia.
Deixo neste primeiro momento minha gratidão ao Povo Cigano que me adotou na espiritualidade e aos queridos amigos que tenho encontrado nesses caminhos, assim como aos quatro elementos que me inspiram e me iluminam a intuição e a visão além daquilo que posso ver em minha limitada capacidade.
Deixo aqui registrado meu amor e carinho às Mães Sara e Aparecida, guardiães deste Povo guerreiro e sofrido. Que Deus ilumine a todos os Ciganos encarnados e espirituais, pela difícil missão nestas eras de preconceito e intolerância. Que sua luz e alegria possa abrir as conscieências adormecidas. Assim eu peço ao Deus maior.
Desejo que todos aqueles que por aqui passarem recebam as vibrações de amor e alegria desta egrégora feita nas estrelas, SALVE O POVO CIGANO!

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OS CIGANOS

" EM CIMA O CÉU,EMBAIXO A TERRA E,NO MEIO, OS CIGANOS."

terça-feira, 16 de outubro de 2012

TRIBOS OU CLÃS?


Os Ciganos não gostam e não aceitam a palavra tribo para denominar seus grupos, pois não possuem chefes equivalentes aos caciques das tribos indígenas, nas mãos de quem está o poder.
Os ciganos também não possuem pajés ou curandeiros, ou ainda um feiticeiro em particular, pois cada cigano e cigana tem seus talentos para a magia, possui dons místicos, sendo portanto um feiticeiro em si mesmo. Todo povo cigano se considera portador de virtudes doadas por Deus como patrimônio de berço, cabendo à cada um desenvolver e aprimorar seus dons divinos da melhor e mais adequada maneira.
Existem autores que citam que cada grupo cigano tem seu feiticeiro particular denominado kakú, porém esta palavra no idioma romani significa apenas tio, não tendo qualquer credibilidade esta afirmação.
Os ciganos preferem e acham mais correto o termo clã para denominar seus grupos.
OS PRINCIPAIS GRUPOS CIGANOS
Atualmente, existe um sem-número de grupos ciganos, sendo os mais expressivos no presente os seguintes:
GRUPO KALON
Os componentes deste grupo fixaram residência especialmente na Espanha e Portugal, onde sofreram severas perseguições, pois sendo estes países profundamente católicos e conservadores, não podiam admitir os costumes ciganos, tanto que foram proibidos de falar o seu idioma, usar suas vestes típicas e realizar festas e cerimônias segundo suas tradições. O que os ciganos sofreram na Península Ibérica, lembra de certa maneira o que os negros sofreram em terras do Brasil.
Os ataques da realeza ao grupo Kalon foram tão rigorosos, que ele foi obrigado a criar um dialeto, mescla de seu próprio idioma com o português e o espanhol, em particular em Portugal, onde as proibições não foram verbais, mas determinadas por decreto do rei D. João V.
Apesar de todos os sofrimentos o Clã Kalon sobrevive até os dias atuais, sendo um dos grupos que mais fielmente segue as tradições ciganas. Tem-se que os Kalons originaram-se no antigo Egito.
GRUPO MOLDÁVIO
De pele mais clara e olhos azuis, este grupo originou-se em terras da Rússia, tendo de enfrentar os rigores do inverno russo em suas precárias carroças. Sob as pesadas roupas e capotes escuros mal reconhecemos sua origem cigana. A denominação moldávio vem da palavra Moldávia, república da Europa central, que chegou a fazer parte do Império Russo e da antiga URSS. Há poucas diferenças entre o dialeto moldávio e o romeno; contudo, distinguem-se fortemente na escrita, uma vez que o moldávio adotou o alfabeto cirílico (Dicionário Aurélio).
GRUPO HOHARANÔ
Surgiram em terras turcas e se destacaram em especial como grandes criadores de cavalos. Os integrantes deste grupo chegaram ao Brasil bem depois do grupo Kalon, somente no final do século XVIII.
GRUPOS KALDERASH E MATCHUIYA
Os ciganos do grupo Kalderash são originários da Romênia e da antiga Iugoslávia, o berço dos Matchuiya. Ambos os grupos chegaram ao Brasil no final do século XVIII. Os primeiros ciganos a chegarem no Brasil eram do grupo Kalon e vieram de Portugal em meados do século XVII. Portugal, necessitando de mestres de forja no Brasil, enviou-os para cá para que fabricassem ferraduras, armamentos e ferramentas. Faziam também artesanalmente utensílios domésticos, seus tachos e alambiques para o fabrico da cachaça, famosos até hoje por serem extremamente bem feitos e resistentes.
A FAMÍLIA
O comando da família é exercido de maneira completa e responsável pelo homem. Ele é o líder e à ele competem a proteção, a segurança e o sustento da família. A mulher e os filhos o respeitam como máxima autoridade e lhe são inteiramente subordinados.
São os homens que resolvem as pendências, acertam o casamento dos filhos, decidem o destino da viagem e se reúnem em conselhos sobre assuntos abrangentes e comuns ao Clã.
As mulheres ciganas não trabalham fora do lar e quando vão às ruas para ler a sorte, esta tarefa é entendida como um cumprimento de tradições e não como parte do sustento da família, apesar de elas entregarem aos maridos todo o dinheiro conseguido.
Os ciganos formam casais legítimos unidos pelos laços do matrimônio, não fazendo pare de seus costumes viverem amasiados ou aceitarem o concubinato. Vivem juntos geralmente até a morte e raramente ocorrem entre eles separações ou divórcios, que somente acontecem se existir uma razão muitíssimo grave e com decisão do Tribunal reunido para julgar a questão.
Os pares ciganos, marido e mulher, são muito reservados e discretos em público, não trocando nenhum tipo de carinho que possa ser entendido como intimidade, que é vivida somente em absoluta privacidade.
Enquanto o homem representa o esteio e o braço forte da família, a mulher significa o lado terno e de proteção espiritual dos lares ciganos.
Cabe às mulheres cuidarem das tarefas do lar e as meninas ficam sempre ao redor da mãe, auxiliando nos trabalhos da casa, ajudando a cuidar dos irmãos menores e aprendendo as tradições e costumes como a execução da dança, a leitura das cartas e das mãos, a realização dos rituais e cerimônias, os preceitos religiosos.
Se uma criança ou jovem cigano sai dos eixos, tem um comportamento inadequado ou procede mal, geralmente mulher é responsabilizada por tais feitos.

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