Diretamente e intimamente ligados aos elementais do ar, os incensos
estão presentes desde os primórdios da humanidade, onde o homem, mesmo
antes de dominar o fogo e a técnica de produzir os incensos, já conhecia
os aromas da natureza e fazia seu uso, tanto em seus rituais onde
usavam fumaça, aromas e oferendas para reverenciar deuses superiores ou
proteger-se de espíritos malignos quanto para simples purificação em
rituais de iniciação.
A história dos incensos é bem antiga e tem sua narração nas histórias de
diversos povos e religiões, as Escrituras Sagradas narram que a Rainha
de Sabá visitou Jerusalém e o Rei Salomão, levando-lhe, entre outros
presentes, uma quantidade enorme de um precioso incenso, em algumas
passagens bíblicas temos mais citações sobre os incensos: O incenso
fazia parte da composição aromática sagrada destinada unicamente a Deus
(Ex. 30,34) “Ouçam-me, filhos santos... Como incenso exalem bom odor
(Sl. 39,14)” Com a oferta do incenso os magos do Oriente adoraram o
Menino Jesus como o recém-nascido Salvador do mundo “(Mt. 2:11). No
último livro do Antigo Testamento, o Apocalipse, João vê vinte e quatro
anciões que estavam diante do Cordeiro com harpas e taças de ouro cheias
de incenso: São as orações dos santos (Ap.8:3, 4).
No templo, junto aos ídolos, os romanos bem como os gregos tinham um
altar para o incenso (foculus), em sinal de homenagem e adoração. No
culto ao imperador, a incensação possuía valor de reconhecimento da
religião e do estado do imperador enquanto deus. Entre os etruscos, o
sumo sacerdote, anunciava com um toque de trombeta o final de um período
e pronunciava o novo tempo queimando o incenso sagrado em braseiros
preciosamente decorados. Na Grécia se incensava a vítima do sacrifício
para torna-la mais aceitável à divindade; e também queimavam o incenso
como obrigação e para proteção. Em Israel o incenso era misturado a
outras substâncias odoríferas, os egípcios utilizavam este perfume dos
deuses como o chamavam, para os rituais do templo, convencidos de que o
incenso podia fazer chegar à divindade os desejos dos homens. Em Roma
queimava-se nas ruas e em especial na adoração do imperador. Na Índia os
hindus usam nos templos, nas oferendas domésticas e em seus festivais.
Na América do Sul resinas aromáticas de copal são oferecidas ainda hoje
pelos descendentes Maias e Astecas para suas divindades ancestrais. Na
América o muito reverenciado pelos índios nativos. Eles usam sálvia
branca, cedro, pinho em seus rituais de limpeza e adoração.
Desde os tempos imemoriais, dos homens das cavernas, que a queima de
ervas e resinas é atribuída a possibilidade de da modificação ambiental,
mental e emocional. Até para proteger das pragas e doenças, nossos
ancestrais faziam uso em suas casas, teoria essa que tem fundamento,
pois incensos feitos de ervas, como tomilho e capim limão, há muito
tempo, são usados por suas propriedades anti-sépticas e curativas,
portanto estas e outras ervas eram queimadas em quartos de doentes em
hospitais antes da descoberta dos antibióticos.
No processo de modificação e equilíbrio mental e emocional, os incensos
naturais quando queimados soltam no ar moléculas de óleos essenciais que
entram pelo sistema olfativo e pelos poros da pele até o cérebro, onde
seus efeitos químicos interagem proporcionando a mudança de ânimo. Essa
fumaça aromática pode relaxar, estimular, aumentar nossa energia nos
levando para o momento de paz e amor.
Cientificamente algumas pesquisas indicaram que ao ser queimado o
incenso desprende uma substância chamada tetraidrocanabinol (THL), que
tem qualidades inebriantes e anestésicas, que atenuam inclusive dores de
cabeça ou de dente. Isso é comprovado devido ao fenol exalado pela
fumaça do incenso atuar no córtex cerebral e sobre o sistema
neurovegetativo.
Atualmente os incensos são utilizados por pessoas espiritualizadas ou
não, com o intuito de purificar ambientes e atrair “bons fluidos”.
Muitas são as propriedades atribuídas a determinadas fragrâncias,
anteriormente pela magia e atualmente Aromaterapia. Acanela tem ação
efetivamente antidepressiva. O aroma da rosa branca atua contra o
estresse, o almíscar estimula a sensualidade e o romantismo, etc.
Todo incenso deve ser usado com cautela nunca em demasia com fazem
algumas pessoas e deve ser sempre dirigido a alguma causa. Não deve ser
usado simplesmente por usar, por nada ou sem motivo, deve sempre ter um
dono que o receba e que tenha seu nome pronunciado no momento do pedido.
O incenso mantém um grande poder de evocação espiritual e astral e não
deve ser usado tão somente para perfumar ambientes ou sem causa porque
sempre estaria alcançado uma egrégora qualquer com a vibração que
provoca e que está quieta em seu lugar, tem o condão de atrair energia
de toda espécie e dos dois planos astrais: negativo e positivo, tem
força de ritual e de alimento também, tem força de rejeição ou de
atração dependendo do patamar alcançado e da situação especial de quem
as ascende. É por demais conhecido no mundo da mística astral e por
vezes seu uso ou o que emana no mundo imaterial chega a ser disputado
quando não pertence a ninguém que o esteja recebendo, podendo muitas
vezes provocar visitas ansiosas por novos incensos a serem utilizados.
Cada Cigano com certeza indicará o incenso de sua preferência ou de sua
necessidade naquele momento, regra geral o incenso mantêm sempre
correspondência com a área de atuação dele ou dela ou do trabalho que
estará sendo levado a efeito. Quando se tratar de oferendas e já não
estiver estipulado o incenso certo para acompanhar e houver sua
necessidade solicitada, bem como nas consagrações o incenso que deve
acompanhar deverá ser sempre o de maior correspondência com o próprio
cigano ou cigana. No caso de uma oferenda normal e tão somente
necessária para manutenção, agrado ou tratamento, sugere-se o incenso
espiritual ou de rosa, que mantém efeito de evocação de leveza, de
elevação ou mesmo de louvação espiritual.
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